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Um diário de alguém que descobriu recentemente que é seropositivo, mas vai acreditar até ao fim que o milagre vai acontecer. Se pelo caminho ajudar a uma só pessoa a evitar ser contaminado ou a suportar melhor o seu convívio com o HIV-SIDA, já vale a pena escrever um pouco da minha história de vida, compartilhar pensamentos, alegrias e sentimentos. Só tenho a certeza de que a esperança é a última a morrer.

sábado, 2 de dezembro de 2006

UM NOVO DIA A DIA

Entre o dia 14 de Novembro, data em que soube ser seropositivo e o dia de hoje o meu dia a dia já se alterou consideravelmente. Até as espectativas de vida são agora outras. Para já não pretendo que ninguém conheça a novidade. Só o meu companheiro o sabe. Tenho evitado que os meus colegas suspeitem que algo não está bem comigo. Tenho ido fazer as análises e às consultas alterando os dias de folga ou com a desculpa que tenho que acompanhar a minha mãe para exames médicos. Ninguém suspeita porque já acontecia antes, visto a minha progenitora sofrer de coração e ter de fazer exames regulares ao sangue entre outros. Enquanto me for possível ninguém saberá. Não quero sofrer qualquer tipo de discriminação, nem ter problemas no trabalho enquanto não for necessário.
A minha irmã tem a ambição de criar uma cresce e quer-me como seu sócio. Dentro de pouco tempo será necessário ter o dinheiro disponível para comprar o terreno, logo que o projecto seja aprovado. Ela precisa da minha parte e eu como lhe vou dizer que talvez não seja o sócio ideal para o negócio?
As rotinas mudaram. Agora faço questão de me alimentar sempre convenientemente. Depois de saber que estou infectado só fiz sexo uma vez para provar a mim mesmo que era capaz, mas na verdade não me apetece apesar de sentir falta. Não sei explicar bem como é : apetece-me na teoria, mas não me sinto bem a fazê-lo na prática. Não voltamos a fazer as terriveis noitadas de Sevilha, ficamos por Tavira. O que me assusta não é a espectativa da morte, é antes o caminho até lá, seja ele curto ou comprido. Nada será como antes. Estou a dobrar uma esquina que me pode levar rapidamente para o fim ou ser uma espécie de caminhada no deserto, com miragens pelo meio, mas sem um ponto de chegada que não seja a morte. Posso ser optimista e acreditar que se possa desenvolver uma terapia que devolva o virus ao lugar de onde veio, pode ser que o milagre ocorra mais ano menos ano se lá conseguir chegar.

1 Comentários:

Blogger Serpositivo disse...

Anabela Rocha disse...
Tenho amigos que vivem bem seropositivos há mais de vinte anos. E, ao longo desses anos, todos os anos mais um ou outro surge. E todos estão bem, sem nehumas complicações. Força, portanto - juizinho mas força, muita força!

6:22 PM


Anônimo disse...
Bom Dia
Se achar que não deve dizer a mais ninguém...não o diga.Encontrará a melhor altura de o faze e a quem o dizer.

Desculpe estar a insistir.Não há milagre mas há terapêuticas que ajudam a melhorar a condição de vida por largos anos.Não tenha receio de iniciar ...isso é o mais importante.Querer iniciar.
Depois é como se fosse uma rotina, um compromisso consigo proprio para que viva ( e vai viver de certeza) por inumeros anos.

Somente um conselho....trabalhar numa creche não é a melhor solução.Existem factores adversos como possibilidade de contrair doença oportunista pelo contacto com algumas "substancias" (fezes) na lida cm crianças e se tiver os valores de CD4 baixos.
Sobre sexo....porque não? Existem preservativos.
Procure um Manual que saiu e que se chama "Manual Práctico para a Pessoa com HIV".Autores: Kamal Mansinho, António Vieira,Amilcar Soares, Pedro Silvério Marques.Editora-Permanyer Portugal.Av Duque de Àvila, 92, 7º E , 1050-084 Lisboa, telf:213156081 e eles têm email - permanyer.portugal@permanyer.com

Espero que ajude
Abraço de um seu amigo

5:35 AM

18 de fevereiro de 2007 às 00:38  

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