ACREDITAR

Um diário de alguém que descobriu recentemente que é seropositivo, mas vai acreditar até ao fim que o milagre vai acontecer. Se pelo caminho ajudar a uma só pessoa a evitar ser contaminado ou a suportar melhor o seu convívio com o HIV-SIDA, já vale a pena escrever um pouco da minha história de vida, compartilhar pensamentos, alegrias e sentimentos. Só tenho a certeza de que a esperança é a última a morrer.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

COMO SABES?

domingo, 28 de janeiro de 2007

COMBATER A SÍFILIS


PortugalGay 27.12.06

Histórias em quadrinhos e outdoors com personagens de cartoon baseados na genitália masculina estimularam a realização de exames para despistagem da doença.

Uma campanha publicitária protagonizada por personagens de histórias em quadrinhos com o formato da genitália masculina encorajou mais homens a fazer exames de sífilis na cidade de San Francisco, de acordo com um novo estudo.

Nos bairros onde os anúncios do Pénis Saudável foram apresentados em outdoors e paragens de autocarro, os homens que viram a banda desenhada tiveram maior probabilidade de fazerem testes para detectar a doença, que é sexualmente transmissível, de acordo com a pesquisa conduzida pelo Departamento de Saúde Pública do município.

O departamento patrocinou os anúncios - humorísticos e politicamente arriscados - entre 2002 e 2005, para combater o aumento dos índices de sífilis entre homens homossexuais e bissexuais.

Embora a campanha tenha sido controversa - uma empresa de outdoors inicialmente recusou-se a exibir os cartazes - as taxas de infecção foram reduzidas.

Veja o site da campanha Healthy penis 2006.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

COMO SABES?

domingo, 21 de janeiro de 2007

DE VOLTA À ROTINA

Há quase uma semana que não dou notícias. Depois de ter faltado alguns dias ao trabalho para me recuperar das enormes dores de cabeça que me surpreenderam nos dias que se seguiram à punção lombar. Depois de ter reagido muito bem no dia do exame e no dia seguinte, as enormes cefaleias que me atormentaram nos dias seguintes impediram que continuasse o meu dia a dia habitual. Tornou-se impossível conduzir ou sentar-me a uma secretária; as únicas posições confortáveis eram deitado ou em pé por estranho que vos pareça.
Desde terça-feira que voltei à rotina habitual, e como sabe bem estar de volta!

Os vestígios das mazelas que me atormentaram nos últimos meses estão de saída. Para falar verdade sinto-me tão bem como antes deste enorme susto. A falta de um diagnóstico correcto sobre a causa dos problemas de pele que me apoquentaram convenceram-me que eram manifestações da debilitação do meu sistema imunitário provocado pelo HIV. Felizmente ainda não. Sinto-me como se nada estivesse a acontecer. Infelizmente não é verdade. O HIV continuar a minar o meu sistema de defesa contra todo o tipo de doenças infecto-contagiosas.

sábado, 20 de janeiro de 2007

VIVER COM O HIV



domingo, 14 de janeiro de 2007

DEPOIS É QUE VEIO O PIOR

Estava feliz porque tudo tinha sido menos doloroso do que esperava. A enfermeira que me tirou o soro, quando lhe contei das minhas expectativas depois do episódio do Dr. House disse que nestes casos mais vale não saber. É verdade, só o nome já assusta, quanto mais ver as imagens exageradas da televisão.
No dia seguinte sentia-me bem e fui trabalhar. Pela tarde comecei a sentir dor de cabeça. Saí um pouco mais cedo, mas o pior estava para vir. Na condução para casa tive dificuldade em cá chegar. A dor na coluna, na base do crânio e na cabeça quase não me permitem aguentar a viagem. Dormi e acordei bem, mas logo que me sentei ao volante do carro a dor voltou. Só me sentia bem deitado ou em pé. Conduzir era uma tortura, sentado à secretária um sacrifício. Desisti. Só Terça-feira volto ao trabalho, embora hoje já me sinta melhor.
O médico ficou de me telefonar se os resultados fossem positivos. Até agora não o fez. Tomei a primeira dose de cavalo de penicilina, que doeu mais que qualquer punção lombar, e os resultados já estão à vista. Os problemas de pele estão a passar à história. Finalmente, depois de meses a olhá-los todos os dias sem sinais de recuo.
Terça-feira repito a dose e ainda fica a faltar uma. No dia 29 voltamos ao médico para ver como estão os níveis de CD4 e reavaliar a situação. Para já este pesadelo está a passar.

O corpo cobra um elevado preço dos excessos praticados. Vale a pena pensar nisto.

sábado, 13 de janeiro de 2007

NA CAMA 60

Finalmente sinto-me em condições de escrever um pouco. Os últimos dias têm sido difíceis. Não tenho ido trabalhar pois tenho dificuldade em conduzir e mesmo estar sentado é um sacrifício. Só me sinto bem deitado ou em pé.
Fui fazer a punção lombar na Terça-feira algo receoso. Tinha visto poucos dias antes na série Dr. House fazerem uma e fiquei com a sensação de que era como cravar uma agulha nas costas, tal foi a imagem que passaram de dor sofrida pelo paciente. Quando soube que, no dia seguinte, tinha de sofrer o mesmo fiquei algo assustado. mas tinha de ser e lá fui eu conforme recomendação do médico ter com ele às urgências. Na Quarta-feira as urgências do Hospital de Faro estavam piores do que nunca; havia doentes por todo o lado, deitados em macas de tal forma que não as havia disponíveis para novas chegadas. O médico tinha-me dito que não havia camas vagas que o mais provável era ter de ficar as 6 horas após o exame numa maca. para minha surpresa, pediu-me para aguardar um pouco que me ia encaminhar para o 8º piso, onde havia uma cama à minha espera e o especialista para fazer a punção.
Enquanto aguardei, talvez uns 10 minutos observei bem o que é a luta daqueles profissionais para salvar vidas e cuidar de todos com o profissionalismo e o carinho necessário. Nunca parece haver médicos e enfermeiros disponíveis para todos. Senti que o problema do nosso sistema de saúde é o acesso, depois de se estar lá dentro temos os melhores e mais empenhados profissionais de saúde do mundo. Tivessem eles condições para cuidar de todos e não nos teríamos de queixar todos os dias do serviço de saúde que temos: caro e ineficiente, mas não por culpa de quem lá trabalha, talvez por culpa de quem gere, não sei!
Foi o próprio Dr. Ferreira que me levou ao 8º piso, não havia ninguém disponível para o fazer. Ia ficar na unidade de AVC´s. N a enfermaria estavam seis doentes que haviam sofrido um AVC nos últimos dias. Alguns recuperados, outros mais perto da morte que da vida.
com todo o profissionalismo e atenção a enfermeira tomou as primeiras providências e logo depois veio o médico que ia fazer aquela maldade. Explicou-me tudo o que ia acontecer, como devia proceder, e o que se seguiria. Um espectáculo! Fiquei convencido que quem ali estava sabia o que fazia. Continuava assustado, no entanto. Não iam dar anestesia porque a dor que sentiria não passaria de uma picada semelhante a uma injecção. Duvidei, mas não disse nada. Não tinham passado 15 minutos desde a minha chegada à cama 60 e ali estava ele a dizer para eu me enrolar todo, virando-lhe as costas, descontraído, com a coluna muito direita para a agulha encontrar o caminho à primeira, não ia custar nada?
Para meu contentamento assim foi, senti a picada na pele e mais nada. Doeu menos que uma injecção intra-muscular. Alguns segundos depois ouvi a sua voz dizendo que já estava. Eu estava óptimo. Aliviado, deitei-me de bruços como devia ficar na primeira meia hora e só depois me podia virar para cima. Fiquei surpreendido, pois as minhas espectativas foram superadas, não tinha custado nada, passado horas não me doía a cabeça.
Fiquei as 6 horas seguintes a observar os doentes e os profissionais que ali me mostravam mais uma vez que nos nossos hospitais trabalham excelentes profissionais que sabem o que fazem e fazem-no com respeito e compaixão pelos pacientes.
Eram quase 7 da tarde quando tive alta. Lá deixei o Sr. Joaquim a convidar as moças para ir embora e a perguntar onde estavam as suas botas, o Sr. Manuel estava em estado crítico e já tinha sido transferido para o S.O. Quando disse à enfermeira que estava pronto para sair já a cama 59 e 60 estavam a ser preparadas para receber 2 novos hóspedes que aguardavam em macas à porta da enfermaria.
Pelo menos saí de lá com uma boa opinião sobre o que se passa dentro daquele hospital. Não vi desleixo, nem indiferença, ignorância nem imprudência.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

COMO SABES?

quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

FICA PARA AMANHÃ

Hoje era dia de descrever o meu dia de ontem no hospital de Faro. Até nem correu nada mal, mas não estou em condições de teclar um texto em condições para contar o que aconteceu. Doi-me um pouco a cabeça e o corpo de um modo geral pelo que vou deixar para amanhã.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

MAIS UMA CONSULTA

Quero manter o meu optimismo habitual, mas há dias em que nada parece ajudar. Certamente já atribuiram ao estado do tempo uma letargia negativa que por vezes se instala em nós e parece não haver nada que a mude. Hoje estou assim e não tenho a desculpa do tempo, pois lá fora esteve um dia lindo.
O meu alemão não deixou passar uma semana e já telefonou para saber se tudo estava bem. Sei que ele está genuinamente preocupado comigo. A notícia na véspera de ano novo apanhou-o de surpresa. Passados doze anos ainda sente a falta dos meus telefonemas.
Finalmente tive hoje a prova de que os danos que tenho na pele são causa de sífilis secundária. O que não esperava é que a situação se complicasse. O médico diz que não basta tomar umas doses de penicilina e pronto. Vou ter que fazer amanhã uma punção lombar para diagnosticar se a bactéria já está no cérebro! Espero que não, pois em caso de resultado positivo o médico diz que o tratamento implica 21 dias de internamento. Brincadeira! Com excepção dos problemas causados pela sífilis não tenho outros problemas.
Tenho engordado nos últimos meses. Deixei de me preocupar com a elegância e já lá vão mais de 3 quilos! A quantidade de HIV no sangue aumentou para 65.500. Vamos aguardar o niveis de CD4 (só hoje foi possível fazer a análise devido ao facto de nas duas últimas segunda-feira ter sido feriado e no Hospital de Faro estas análises só se fazem neste dia da semana) e decidir se vamos iniciar a terapia.
Sei que ainda é cedo, mas já começo a ficar cansado de hospitais!

sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

COMO SABES?

quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

UM BOM ANO AO MEU EX

Fazia vários meses que não telefonava ao meu ex, aquele alemão que vos falei algures. Não lhe liguei a desejar feliz Natal, mas não podia fazer o mesmo ao entrar o novo ano. Ele não ia deixar. Ligava-me quase de certeza. Liguei antes de sair para jantar no dia 31. Não tinha tido coragem de falar com ele desde Outubro. Se lhe telefonasse tinha de lhe dizer a verdade e não sabia como fazê-lo a alguém que me aconselhou tanto sobre os riscos de contrair SIDA. Foi ao seu lado que cumprimentei os primeiros doentes com o Sindroma de imunodeficiência que conheci. Estavamos no final da década de oitenta e eram todos condenados à morte como veio a acontecer.
O meu alemão é um alemão típico: ponderado, cheio de regras, cumpridor de rotinas e de horários e um coração fantástico. Nele eu tinha um amante e um amigo. O amigo ainda persiste, mas não sei como conseguimos viver tanto tempo juntos. A verdade é que o seu modo de vida germânico influenciou-me imenso e deu-me outra visão sobre o mundo. Se tive algum sucesso na minha vida profissional em parte deve-o a ele que me ensinou como devia ser a minha postura perante o emprego, o trabalho, a chefia, a empresa e o país.
Quando lhe disse que era seropositivo senti a incredulidade do outro lado que o fez voltar a fazer a pergunta se eu estava bem. Não foi fácil compartilhar com ele este segredo que exceptuando vocês ,só eles os dois sabem: o actual e o ex. Não foi a melhor forma de começar o ano para ele.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2007

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